Gênero Relato
O relato é um gênero muito comum no nosso cotidiano, pois relatamos
fatos aos nossos amigos e familiares, ouvimos relatos nos noticiários, buscamos
relatos de pessoas notórias como inspiração para nossa vida, ou para saber
experiências vividas em lugares que desejamos conhecer. Sendo assim, falamos,
lemos e escrevemos um relato em diversas situações e em diferentes suportes:
revistas, jornais, telefone, redes sociais, sempre com o objetivo de narrar um
acontecimento específico para outrem.
O relato também pode ser utilizado como maneira de exemplificar ou
argumentar, o que ocorre geralmente dentro da notícia. Sendo assim, o relato
pode estar integrado também a outros gêneros.
Sua
estrutura é composta por:
- Título;
- Introdução:
contexto, personagem, tempo/espaço, fato/ problema
- Desenvolvimento:
construção da trama, clímax
- Conclusão:
desfecho, reflexão.
- Resposta
às perguntas: Quando? Onde? Quem? O quê? Como? Por quê?
Disponível
em
https://escreverepraticar.com.br/genero-textual-relato-pessoal-e-suas-caracteristicas/
Acesso:
27/09/2020
Relato
Oral e Relato Escrito
Ainda
que sejam textos que possuam a mesma função comunicativa, ou seja, de relatar
um episódio relevante da vida do protagonista (narrador), os relatos pessoais
podem surgir de maneira oral ou escrita.
A
grande diferença entre as duas modalidades é certamente a linguagem empregada
em cada uma delas.
Enquanto
no relato oral notamos a presença da oralidade com uma linguagem mais
descontraída, no relato escrito, a linguagem formal é utilizada seguindo as
normas da língua como concordâncias, pontuação, ortografia, dentre outros.
É possível que um relato oral
seja transformado em escrito por meio da técnica de transcrição da fala do
protagonista.
As
principais características do relato pessoal são:
- Textos narrados em 1ª pessoa
- Verbos no presente e em
grande parte no pretérito (passado)
- Caráter subjetivo
- Experiências pessoais
- Presença de emissor e
receptor
Disponível
em https://www.todamateria.com.br/relato-pessoal/
Acesso
27/09/2020
Leia o texto abaixo:
GENTE É BICHO E BICHO
É GENTE
Querido
Diário, não tenho mais dúvida de que este mundo está virado ao avesso! Fui
ontem à cidade com minha mãe e você não faz ideia do que eu vi. Uma coisa
horrível, horripilante, escabrosa, assustadora, triste, estranha, diferente,
desumana... E eu fiquei chateada.
Eu vi um homem, um ser humano, igual a
nós, remexendo na lata de lixo. E sabe o que ele estava procurando? Ele
buscava, no lixo, restos de alimento. Ele procurava comida!
Querido Diário, como pode isso? Alguém
revirando uma lata cheia de coisas imundas e retirar dela algo para comer? Pois
foi assim mesmo, do jeitinho que estou contando. Ele colocou num saco de
plástico enorme um montão de comida que um restaurante havia jogado fora.
Aarghh!!! Devia estar horrível!
Mas o
homem parecia bastante satisfeito por ter encontrado aqueles restos. Na mesma
hora, querido Diário, olhei assustadíssima para a mamãe. Ela compreendeu o meu
assombro. Virei para ela e perguntei: “Mãe, aquele homem vai comer aquilo?”
Mamãe fez um “sim” com a cabeça e, em seguida, continuou: “Viu, entende por que
eu fico brava quando você reclama da comida?”.
É
verdade! Muitas vezes, eu me recuso a comer chuchu, quiabo, abobrinha e
moranga. E larguei no prato, duas vezes, um montão de repolho, que eu odeio!
Puxa vida! Eu me senti muito envergonhada!
Vendo aquela
cena, ainda me lembrei do Pó, nosso cachorro. Nem ele come uma comida igual
àquela que o homem buscou do lixo. Engraçado, querido Diário, o nosso cão vive
bem melhor do que aquele homem.
Tem
alguma coisa errada nessa história, você não acha?
Como
pode um ser humano comer comida do lixo e o meu cachorro comer comida limpinha?
Como pode, querido Diário, bicho tratado como gente e gente vivendo como bicho?
Naquela noite eu rezei, pedindo que Deus conserte logo este mundo. Ele nunca
falha. E jamais deixa de atender os meus pedidos. Só assim, eu consegui
adormecer um pouquinho mais feliz.
(OLIVEIRA,
Pedro Antônio. Gente é bicho e bicho é gente. Diário da Tarde. Belo Horizonte,
16 out. 1999).
1- O texto lido é do
gênero “Relato Pessoal”, do tipo “Diário”. Que marcas textuais comprovam essa
afirmativa?
2- A narradora
inicia seu relato afirmando não ter mais dúvida de que o mundo está “virado ao
avesso”? Por que ela afirma isso?
3- O texto aborda
uma problemática social muito específica. Indique tal problemática e justifique
sua resposta.
4- Em certo trecho, a
narradora se diz muito envergonhada? Do que ela se envergonha?
5- A narradora
compara a vida de seu cachorro à vida do homem que buscava comida no lixo. A
partir dessa comparação, pode-se afirmar que o autor do texto quer mostrar a
vida humana, muitas vezes, sendo menos valorizada que a vida de um animal?
Justifique seus comentários.
6- No final do
relato, a narradora deposita sua confiança em um ser divino. Por que ela não
deposita essa confiança em outro ser humano? Explique.
7- Em sua opinião, o
que pode ser feito para diminuir o sofrimento de pessoas como o homem retratado
no relato? Justifique.
Leia o relato do
imigrante Francisco José Leite Lage e responda às perguntas 8 e 9:
Corsário
– navio a
mando de um governo que ataca embarcações que considera inimigas.
8- Marque
um X na alternativa que apresente as características do gênero textual
relato pessoal:
a)
Narrativa em primeira pessoa, pela qual o narrador compartilha determinadas
experiências pessoais.
b)
Narrativa em terceira pessoa, pela qual alguém conta sobre a vida de um
conhecido ou familiar.
c) Texto
em versos sobre experiência pessoal.
d)
Narrativa ficcional que trata de experiências humanas.
9- Marque
um X na alternativa que trata da linguagem no relato pessoal:
a) A
linguagem é formal, pois o relato é feito para pessoas geralmente
desconhecidas.
b) A
linguagem pode ser formal ou informal, dependendo do grau de intimidade
existente entre o narrador e seus interlocutores.
c) A
linguagem é sempre informal, por tratar-se de um relato pessoal.
d) A
linguagem é formal, por tratar-se de uma relação entre pessoas e autoridades.
Leia
o relato abaixo e depois responda às perguntas 10 e 11:
A
viagem
No
meu aniversário, fui viajar com o meu tio, com a minha tia e o com meu irmão.
Planejávamos ir a Porto de Galinhas. Contudo havia um probleminha: teríamos de
ir de avião. Quando fiquei sabendo, desisti da viagem, "vai que aquele
avião cai!?"
Percebi
que se eu pensasse assim, não ia poder fazer nada na vida!
- Vamos andar de bicicleta?
- Não! Vai que caia e me machuque!
- Vamos à montanha-russa?
- Não! Vai que ela quebre!
Então, decidi. Ia viajar e ia superar o meu medo...
Até que o dia da viagem chegou. Estava
nervosa, aflita, tremendo... Saí de casa, indo de táxi ao aeroporto de
Congonhas.
No local, fazendo o check-in, não havia
ninguém na fila, foi rápido. Estávamos sentados em frente de onde iríamos
embarcar.
Depois de uns dez minutos, chamaram o
meu voo. Fiquei na frente do avião, não sabia o que fazer: chorar, andar ou
voltar.
Determinado momento, tive de entrar.
Sentei em meu lugar e o avião decolou. Nada de medo. Até comi meu lanchinho,
estava uma delícia...
Ocorreu
tudo bem.
A partir daquele momento, não tive mais medo de avião. Inclusive gosto de estar
nele.
Beatriz
Ferreira Noble - Disponível em: http://escolabarifaldi.blogspot.com.br/2011/03/relato-pessoal.html Acesso em: 18
abril 2014.
10-
A narradora utilizou de alguma estratégia para resolver o seu problema? Qual?
11-
Ela conseguiu superar o seu medo? Justifique sua resposta com elementos do
texto.
Produção
de texto
12
- Agora é a sua vez: Escreva um
relato de experiência a respeito desse momento de isolamento social devido à
pandemia de covid-19. (Escreva 5 linhas, no mínimo).
-Inicie
contando sobre a suspensão das aulas;
-Como
você e a sua família estão reagindo diante desse isolamento;
-Você
teve conhecimento de alguma pessoa próxima que se contaminou? Caso afirmativo,
narre como aconteceu, se as pessoas próximas a você passaram a se cuidar mais
...
-
Você teve medo de se contaminar ou que alguém de sua família se contaminasse?
Relate
suas experiências vividas durante esse período e quais as suas expectativas
para o fim da pandemia.
0 Comentários
Obrigado por sua mensagem. Em breve responderemos.